terça-feira, 13 de março de 2012

Palavras são palavras e o que dá pra fazer sem elas?

As pessoas às vezes esperam demais por palavras, por frases, esperam ouvir algo. Algumas vezes lêem muito para depois tentar ensinar falando, seja repetindo ou recompondo o que leu em outra frases e palavras. Palavras são palavras e frases são composições estruturadas de palavras. Seja qual for o significado muitas vezes elas acabam por complicar a demonstração de um sentimento ou de um desejo e pulverizar as mais diversas interpretações.

Olhe bem para uma pessoa e preste bastante atenção no seu olhar, na forma que ela sorrir, abre a boca, mexe as sobrancelhas ou um simples aceno de mão e tente desvendar o significado. Sim, é possível retirar o necessário a partir de tudo isso e sem palavras. É possível compreender e concluir.

Para saciar a sede precisamos abrir a boca e para se movimentar de algum ponto para qualquer outro precisamos usar as pernas. Mas será se para fazer com que sejamos compreendidos precisamos necessariamente falar? Emitir sons em frequências audíveis?

Há um senso natural e intrínseco no ser humano que já o permite compreender e distinguir o certo do errado, o que deve ser feito do que não deve ser feito. Claro e evidente que o juízo e a decisão que pode ser tomada sobre uma determinada situação depende do nível de evolução de um indivíduo. Mas esse mesmo indivíduo pode aprender por observação e melhorar sua capacidade de discernimento. Sim, tudo isso é possível e sem palavras.

Aprender com exemplos, com a observação é mais fácil e mais produtivo do que com palavras. A expressão de um rosto pode comunicar o necessário. Apenas isso, o necessário e sem palavras.

Não teria a humanidade se concentrado exageradamente demais no ato de falar e ouvir para se comunicar? E assim ter desenvolvido e direcionado todo um aparato biológico do seu corpo para esse meio de comunicação? E se não tívessemos a boca para falar e o ouvido para ouvir - por simplificação apenas - seria possível algum outro meio de comunicação?

Talvez é justamente essa característica que nos deixa preso à nossa realidade. Talvez precisamos calar e parar de atentar às mensagens do ouvido e tentar estimular o nosso cêrebro para enviar, receber e assim aprender.

por Eloi S. Jr

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